sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Obama, Bush e Clinton também declararam emergência nacional nos EUA antes de anúncio de Trump Ricardo Senra Da BBC News Brasil em Washington

Há mais de dois anos sem conseguir verbas para cumprir sua principal promessa de campanha, a Casa Branca confirmou boatos que circulam há semanas em Washington ao anunciar oficialmente, nesta quinta-feira, que Donald Trump vai declarar Emergência Nacional nos EUA.
A medida é uma resposta a uma série de derrotas de Trump no Congresso, que se negou a garantir os 5,7 bilhões de dólares (ou R$ 21,22 bilhões) necessarios para levantar um controverso muro na fronteira dos EUA com o México.
Sob pressão de eleitores e de olho nas eleições de 2020, Trump parece ter cedido aos conselhos de aliados como seu ex-estrategista-chefe Steve Bannon e deve recorrer a uma ferramenta de crise que, na prática, permitirá a ele tomar decisões que normalmente dependeriam da autorização do Congresso.
Em vigor desde 1978, a declaração de emergências nacionais visa acelerar legalmente decisões do governo em situações de crise e dá sinal verde para que presidentes possam usar poderes especiais previstos em pelo menos 136 leis americanas, segundo um levantamento do instituto Brennan Center.
Segundo Elizabeth Goitein, co-diretora do programa de Liberdade e Segurança Nacional do instituto, os poderes especiais se relacionam com temas diversos, incluindo "uso de forças armadas, saúde pública, comércio, agrigultura, transportes, comunicações e legislação criminal".