domingo, 23 de maio de 2010

Arretado, Ceará martela até o fim e vence o Vitória em duelo nordestino

Gol de Washington aos 47 minutos do segundo tempo garante triunfo e coloca time da casa no G-4 do Brasileirão fonte:globoesporte.com

Perseverança. Essa é a palavra que resume a vitória do Ceará sobre o Vitória, por 1 a 0, neste domingo, no Castelão, pela terceira rodada do Brasileirão. Com a experiência de quem esperou 17 anos para voltar à elite do futebol nacional, não foi difícil para o Vovô aguardar pacientemente 92 minutos para balançar as redes com Washington e levar a melhor no encontro das duas equipes nordestinas da Série A.
Mais do que uma simples vitória, o gol aos 47 do segundo tempo colocou os cearenses no G-4 da competição. Invicto e com sete pontos, a equipe ocupa uma surpreendente terceira colocação, atrás apenas dos gigantes Corinthians, Botafogo e Palmeiras. Já o Vitória vive situação oposta. Classificado para a final da Copa do Brasil, a equipe finalmente voltou suas atenções exclusivamente para o Brasileirão e a realidade encontrada não é nada agradável: com apenas um ponto, está em 17ª, na zona de rebaixamento.

Na próxima rodada, os baianos reencontram o torcedor e recebem o Atlético-MG, quarta-feira, às 19h30m (de Brasília), no Barradão. Já o Ceará encara o Goiás, no dia seguinte, às 21h, no Serra Dourada.

Pouco futebol e duas expulsões

Muita disposição e pouca qualidade. Empurrado pelo torcedor, que compareceu novamente em bom número no Castelão, o Ceará bem que tentou se impor diante do coirmão nordestino, mas só a vontade não bastou. Com imensa superioridade na posse de bola, o Vovô se manteve no campo de ataque por quase toda a etapa inicial. Entretanto, o goleiro Vinícius pouco trabalhou.Ainda no embalo da classificação para a semifinal da Copa do Brasil, o Vitória parecia jogar com preguiça e assustou somente na primeira conclusão da partida. Aos quatro minutos, o cearense Júnior, conhecido como Pipoca em sua terra natal, concluiu de fora da área por cima do gol. Depois disso, o que se viu foi apenas ataque do lado preto e branco.
Aos sete, Ernandes tocou para Misael, que chutou forte e parou em Vinícius. Dois minutos depois, o lateral-esquerdo mais uma vez armou a jogada e serviu Washington. O atacante fez o trabalho de pivô, girou e concluiu para fora. Apesar de tomar a iniciativa do jogo, o Ceará ficava muito refém de seus laterais e apelava para o chuveirinho, quase sempre cortado pela defesa baiana.
Cansado de tanto levantar a bola na área, o lateral-direito Diogo resolveu chamar para si a responsabilidade. Aos 23, ele gingou para cima de Maurim, cortou para dentro, cortou para fora, e soltou chutou forte e cruzado. Vinícius espalmou para fora. Sonolento, o Vitória tinha ações ofensivas restritas aos lances individuais ou de bola parada do jovem Elkesson. Nada digno de registro.O marasmo da partida deu um tempo aos 32. Mas não por qualquer grande jogada. Após falta no meio-campo, Heleno e Júnior se enroscaram e receberam o cartão vermelho. Foi a segunda expulsão do volante cearense em duas partidas no Brasileirão. Com mais espaço em campo, o Vovô seguia dono da bola, mas errava muitos passes.
Diante de tanta falta de criatividade, a jogadinha com Ernandes avançando pela esquerda e centrando para o trabalho de pivô de Washington se repetiu aos 44. Mais uma vez sem sucesso. Foi o lance final de um primeiro tempo muito corrido e pouco jogado.
Segundo tempo sonolento

Como se seguissem um roteiro, Vitória e Ceará voltaram para a segunda etapa da mesma maneira que foram para o intervalo. O time da casa tinha posse de bola e pouco criava. Os visitantes não faziam questão de jogar e apenas marcavam. Dos dois lados, os goleiros somente observavam.
Pelos cearenses, Washington era o único que conseguiu arrancar o “uh” da arquibancada. Aos dois, ele emendou bonito após cobrança de escanteio e a bola passou perto do travessão. Desorganizado, o Vitória errava muitos passes e até os 10 praticamente não tinha passado do meio-campo. Neste período, Geraldo desperdiçou duas boas oportunidades em cobranças de faltas pela lateral.
Diante da inoperância do meio-campo, a torcida presente no Castelão pediu a entrada do jovem Erick Flores. PC Gusmão acatou e o colocou no lugar de Geraldo. Pouco adiantou e a melhor oportunidade surgiu nos pés de um volante. Aos 19, Michel encheu o pé de muito longe e obrigou Vinícius a fazer defesa complicada. No rebote, Misael se enrolou todo e perdeu boa chance.
Como quem não quer nada, a equipe baiana começou a se aventurar no ataque. Porém, bastava chegar na intermediária para arriscar cruzamentos longos. Em um deles, aos 23, Diego se atrapalhou, mas foi salvo pela zaga.
Com o Vitória praticamente não assustava, Michel voltou a abandonar suas funções defensivas e se mandou para o ataque. Aos 37, o volante apareceu como um raio após cobrança de escanteio e cabeceou firme no primeiro pau. A bola balançou as redes, mas do lado de fora. Faltava cacoete de atacante.
Sendo assim, coube ao “matador” da equipe resolver a questão. De tanto insistir, o Ceará foi premiado no minuto final. Aos 47, após contra-ataque desperdiçado pelo Vitória, Misael partiu para cima da zaga baiana, pedalou, foi ao fundo e cruzou rasteiro. Livre na pequena área, Washington escorou de perna direita e marcou seu segundo gol em dois jogos pelo Vovô. No Castelão não há espaço para o axé, o som predominante é o forró.
 

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